quarta-feira, 17 de abril de 2013

Expurgacionistas interacionistas em Birmingham UK 2012: observando e interagindo com outros artistas


O Festival Espírito Brum, que aconteceu entre os dias 11 a 16 de setembro de 2012 na cidade de Birmingham na Inglaterra, cerca de 3 horas de Londres, contou com apresentações musicais de artistas brasileiros e ingleses de modo geral, mas também encontramos por lá músicos indianos, franceses, um iraniano, um chileno, além de outras nacionalidades. E este relato que ficou entocado estes meses todos agora vem à tona.

O coletivo Expurgação foi convidado ao evento para atuar mais na área das artes visuais, com projeção de vídeo e exposição fotográfica.  Todavia, a Expurgação musical estava ali na espreita, pois todos tocam algo, ou expurgam algum instrumento ou letra no microfone, naquela vontade de fazer um som.

O video Casa Catraia com direção de Alexandre Barcelos e uma versão reduzida da exposição fotográfica Últimos Refúgios que estavam previstas para o Festival Espírito Brum, ocorreram como o planejado, como pudemos cobrir com posts do dia para o site expurga naquela ocasião para o evento "For The Catraieiros", parceria entre o Coletivo Expurgação e Friction Arts.


E como a Expurgação musical não faria uma apresentação exclusiva, o espaço proporcionado pela própria dinâmica do Festival permitiu que no plano sonoro se criasse um novo contexto: o expurgacionismo interacionista. Que consiste na interação de alguém do Coletivo Expurgação com outros artistas, e que pôde ser experimentado em diversas situações neste Festival na Inglaterra como veremos no decorrer deste post.

E como música é linguagem universal, com as mãos coçando pra expurgar estávamos. Chegando em Birmingham, na segunda dia 10 de setembro logo encontramos Aline Yasmin, do Instituto Quorum, uma das organizadoras do Festival Espirito Mundo, que nos apresenta o pub The Spotted Dog, que abriu as atividades do Festival. E nem esperávamos que ali, no dia seguinte, seria a primeira intervenção interacionista dos expurgadores musicais.


Terça 11 de setembro de 2012

Pela manhã fomos conhecer o espaço The Edge, sede do coletivo Friction Arts. O objetivo era uma reunião para traçar as parcerias entre os dois coletivos no Festival, e que foi mediada por uma das principais organizadoras do evento, a inglesa Tessa Burwood, que fala português também, o que ajudou bastante. Para conferir foto deste dia na rede instagram click aqui.

Pela noite, foi a vez do show do brasileiro Wanderson Lopez, violonista com refinada erudição, fazer  a sua apresentação jazzística intimista, contando com dois músicos ingleses na bateria e nos metais. Até que mais pro final da noite os percussionistas Mendi Singh e Mark Magoo, começam uma levantada de batuque junto aos acordes de Wanderson Lopez, em seguida começam um a um dos músicos da Expurgação (Abraão SoulPower, Arthur Navarro, Chicow, Diego Brotas e Yuri Salvador) a pegar e tocar algum instrumento de percussão, como bongô, triângulo e chocalho e outros. Assim a batucada ganha outra textura e anima Wanderson Lopez, que começa a puxar acordes mais sambistas, momento empolgante no Festival.


Quarta e quinta: 12 e 13 de setembro 2012

Na quarta dia 12 foi o dia da Discotecagem Radiofônica no pub Hare & Hounds, por conta do DJ brasileiro Jovem Palerose. Na quinta dia 13 de setembro projeção de vídeos produzidos por membros do Coletivo Expurgação, no evento For the Catraieiros no Ort Cafe, mais os shows intimistas no formato acústico dos brasileiros Tião Duá e Dea Trancoso, que surpreenderam o público presente arrancando aplausos .

Ainda na quinta dia 13, tivemos o percussionista inglês Mark Magoo com seu projeto eletrônico com percussão ao vivo, o Overproof  Sound System, com quem pude interagir tocando bongô em cima de uma base eletrônica de beat pesado. Além do mineiro Guidub com seu dimamite dub com samples de Mulatu Astatké, e do hip hop dos paulistas do Dragões de Komodo, que escaldaram tudo no pub Adam & Eve naquela noite, esquentando a chapa sinistramente.


Sexta 14 de setembro 2012

O local era a sede do coletivo Friction Arts, o The Edge. Mais uma interação expurgacionista aconteceu, com Francisco Neto fazendo uma participação com cítara indiana no show plugado da Dea Trancoso, confira post com vídeo deste rico momento [click aqui]. Tivemos também nesta noite a apresentação do tablista Mendi Singh, do brasileiro Luiz Gabriel Lopes (do trio Tião Duá) e dos ingleses do Honey Feet.



Mais tarde na mesma noite o local marcado era no pub PST, bem próximo ao The Edge, com a festa "Rebel Spirit". O pub aonde aconteceu a exposição de algumas fotos do projeto Últimos Refúgios do coletivo Expurgação e do fotógrafo Caio Perim, com seu trabalho Linguagens da Terra.



PST é um pub totalmente "ragga"!! Como costumamos dizer entre nós. Um lugar labiríntico com diversos ambientes, com espaço subterrâneo outro térreo e um andar. Além de um espaço externo criado para aquela noite. O jamaicano Pablo, que mais tarde assumiu o microfone com Mark Maggo na percussão e na base eletrônica, que me ofereceu até um café, foi um dos caras do PST que pude conhecer. Nesta noite de sexta no evento Rebel Spirit no PST tivemos ainda Guidub, com quem pude tocar um pouco de escaleta em sua base dub atômico, e outros dj's e rappers ingleses. 

Sábado 15 de setembro 2012

Local: PST, nome da festa "Culture Freedom", Dragões de Komodo escaldando novamente com sua base pesada e verbo tinindo. Phanton rapper dos Dragões havia comentado na noite anterior que no final da apresentação deles no pub PST, teria um espaço para intervenção no mic. Pensei numa faixa que tem rolado com a Expurgação pra mandar naquela ocasião. Com o chamado de Phanton Soul Power assume o mic pra mandar a letra de "Base Bruta". Em seguida continua o freestyle no meio do batidão com outra galera assumindo o microfone mantendo a levada. Além de mais uma apresentação do projeto eletrônico-percurssivo do Overproof Sound System e do brasileiro Guidub.



Domingo 17 de setembro 2012

Último dia do Festival, mais uma intervenção expurgacionista. Desta vez a interação foi com a artista Rubiane Maia, que convidou os músicos da Expurgação para fazerem uma trilha sonora ao vivo para a sua performance. Radical performance por sinal, com direito a vidro quebrado e pétalas de rosas. Sinistro! Uma tarde de domingo bem diferente no The Edge. Confira o post sobre a performance de Rubiane Maia com trilha ao vivo da Expurgação [click aqui].

Logo mais a noite depois de uma série de apresentações musicais no The Edge, um momento único! Uma big jam com os artistas presentes pra expurgar tudo! Tião Duá e seus músicos, o tablista indiano Mendi, um percussionista chileno, outro indiano, um iraniano no violino, os ingleses do Honeyfeet, além de outros músicos, e os expurgacionistas interacionistas bem a vontade, marcando presença na jam, as letras do Soul Power, a cítara do Chicow, a batera pesada de Diego Brotas, Arthur Navarro e Yuri Salvador pegando um percussão para interagir, Guidub e o Jovem mandando uns samples, o punk mandando uma letra style Beastie Boys, enquando eu gastava no controlador midi do Guidub, sensacional!


Momento histórico de grande aprendizado e interação que terminou com uma versão cabulosa de Meu amigo mago, com Tião Duá no baixo, Gustavito na viola, Brotas na batera e eu e Chicow segurando os vocais. Para conferir trechos da jam session no Festival Espírito Brum registradas ao vivo na ocasião pela transmissão do canal do Festival Espírito Mundo no rede Ustream, acesse o site do Coletivo Expurgação em que realizamos um post específico para esta big jam que rolou em na cidade de Birmingham [click aqui].